Funcionários da Cacau Show denunciam ‘rituais místicos obrigatórios’ e ambiente tóxico liderado pelo CEO

Colaboradores relatam assédio moral, perseguição e práticas abusivas em meio a encontros espirituais conduzidos pelo fundador da marca, gerando denúncias ao Ministério Público do Trabalho.

5/30/20252 min read

Funcionários da Cacau Show, uma das maiores redes de franquias de chocolates do Brasil, vêm denunciando uma série de abusos internos que vão muito além do ambiente comum de trabalho. Segundo relatos apurados pelo Metrópoles, colaboradores da sede da empresa são obrigados a participar de rituais místicos conduzidos pessoalmente pelo CEO Alexandre Tadeu da Costa, conhecido como Alê Costa.

Conforme depoimentos, em determinados dias, todos os funcionários devem comparecer vestidos de branco para participar das cerimônias. Durante esses encontros, os participantes são convidados a retirar os sapatos e entrar em uma sala escura, iluminada apenas por velas, onde o CEO entoa cânticos e repete palavras em tom solene. A participação é vista como obrigatória, e quem demonstra resistência ou falta de entusiasmo corre o risco de sofrer perseguição profissional.

Além desses relatos sobre o ritual, que mistura aspectos espirituais e pressões no ambiente corporativo, funcionários também denunciam episódios de assédio moral, gordofobia, homofobia e humilhações públicas. O clima opressivo levou a uma série de denúncias formalizadas no Ministério Público do Trabalho (MPT).

Um dos documentos entregues à autoridade revela que a franqueadora exerce uma “mão de ferro” sobre funcionários, franqueados e ex-funcionários, com retaliações frequentes contra quem tenta expor as irregularidades. Atualmente, a Cacau Show conta com mais de 4 mil franquias espalhadas pelo país, o que torna as denúncias ainda mais preocupantes pela dimensão da empresa.

Nas redes sociais, surgiu o perfil “Doce Amargura”, criado por trabalhadores que compartilham experiências de assédio e os bastidores do ambiente tóxico da empresa. Em resposta às acusações, a Cacau Show divulgou uma nota oficial negando as alegações e ressaltando que a marca é construída com base no respeito, na confiança e na conexão genuína com seus franqueados.

O caso, que envolve práticas incomuns e um ambiente de trabalho hostil, segue sob investigação do Ministério Público do Trabalho, enquanto ex-funcionários e colaboradores aguardam por respostas e medidas efetivas.